13 de setembro de 2010

"Dona Flor e seus dois maridos", espetáculo consagrado, em BH (por Victor Lambertucci)

Amor ou sexo, ou amor e sexo?


"Amor é um livro
Sexo é esporte
Sexo é escolha
Amor é sorte...

Vadinho (Marcelo Faria), o primeiro marido de D. Flor, é a personificação da saciedade sexual, do fetiche e da fantasia. Exemplo algum de um bom companheiro, ele sai todas as noites financiado pelo dinheiro suado do trabalho de sua esposa como professora de culinária. Retorna já quando o dia ameaça chegar ou, por variadas vezes, é encontrado mesmo ali, no meio da rua, desnudo, alcoolizado, sem o minímo apreço por quem em casa lhe espera.

Amor é pensamento
Teorema
Amor é novela
Sexo é cinema...

Dr. Teodoro é o oposto do primeiro; sério e cheio de formalidades, o farmacêutico da cidade arranca olhares da ala feminina, que se encanta pelos dotes do profissional: "Nele tudo é grande", diz a fala do espetáculo. Mas tudo em exagero é prejudicial, diz o clichê. E respeito demais... Até naquelas horas em que o coração e a carne é quem têm que reger a orquestra da paixão, pode acabar trazendo a monotonia e nos tornar incompletos, com fome do que se diz ser pecaminoso e perverso, mas é parte indissociável do que se chama amor.

Amor é para sempre
Sexo também
Sexo é do bom
Amor é do bem..."
("Amor e sexo"; Rita Lee)

Entre as margens, um rio de desejos e tentações: a vida pacata e respeitosa, em que nada, ou quase nada lhe faltara, ou a vida em que, na cama, mesmo que momentaneamente, o desejo saciava os problemas cotidianos e conjugais. Essa era a berlinda em que estava Dona Flor, entretanto, para se sentir completa de verdade, somente sendo ela e seus dois maridos.

.............................................................................................
COMENTÁRIO:

Galera, muito legal a peça, vale à pena assistir, viu! A Carol Castro é ainda mais linda pessoalmente, o Duda Ribeiro está ilário no papel do bom e sério rapaz e o Marcelo Faria, nem se fala. Faria aparece do jeitinho que veio ao mundo, durante boa parte da peça. É isso mesmo, tudinho de fora. No início, a gente recebe meio que um impacto, assim... Até porque é de surpresa, sem aviso prévio. Mas depois a gente percebe que ele encarna mesmo no personagem, dando um grau de veracidade incrível, isso sem falar que o acontecimento é uma quebra de paradigmas. O conservadorismo e o pudor excessivo não podem desmantelar a arte e mesmo que essa constatação não seja a principal intenção da peça, dá-se a entender perfeitamente.

Falando do restante do elenco, a gente consegue visualizar grandes artistas. As cenas mais bem humoradas do espetáculo ficaram a cargo dos coadjuvantes. O que foi meio chato foi não ter podido tirar foto com todos os atores. O elenco principal estava com pressa para um evento que ocorrera após o espetáculo e os coadjuvantes nem sinal. Pelo menos, conseguimos registrar o momento com o Duda, que, muito simpático, mesmo atrasado, nos recebeu para uma foto. Fotografias do espetáculo não houve porque foi terminantemente proibida a reprodução, e bota terminantemente nisso, a frase "senhores expectadores, é terminantemente proibida a reprodução..." foi repetida ao menos três vezes. No mais, foi um belíssimo espetáculo e algumas canções como "A vizinha do lado", da intérprete Roberta Sá, deram mais luz ao brilho da peça.


Visite o site oficial da peça CLIQUE AQUI!

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Tem algo a dizer? Comente!

Blog Geral

O que você acha da ideia de novos editores frequentarem o BG?